Atacantes vestidos de preto espancaram um candidato de extrema-direita na campanha antes das eleições parlamentares antecipadas em França, disse a polícia, fazendo eco da violência contra políticos na Alemanha e noutros locais da Europa, como a Dinamarca ou a Eslováquia, à medida que a atmosfera política se torna mais dura.
Herve Breuil, candidato do partido da União Nacional (UN) de Marine Le Pen, foi agredido enquanto fazia campanha na cidade industrial de Saint Etienne, perto de Lyon, no centro de França. Os seus agressores vestiam de preto e usavam máscaras nos rostos, disseram os porta-vozes da polícia e das autoridades locais. Breuil foi hospitalizado na sequência da agressão, mas deverá ter alta em breve, acrescentaram.
Os atentados contra personalidades políticas, na sua maioria presidentes de câmara e vereadores, não param de aumentar em França. Registaram-se 2387 agressões físicas e verbais nos primeiros nove meses de 2023, em comparação com 2265 durante todo o ano de 2022, altura em que os incidentes aumentaram um terço em relação a 2021, segundo os últimos dados do Ministério do Interior.
Le Pen culpou o que chamou de “extremistas de extrema-esquerda” pelo ataque contra Breuil. “Uma campanha eleitoral em democracia não pode permitir actos de violência extrema como estes, levados a cabo por uma extrema-esquerda que está disposta a tudo para semear o caos”, declarou Le Pen na rede social X. A polícia abriu um inquérito.
As atmosferas políticas em França e na Alemanha foram endurecidas pela troca de farpas, muitas vezes através das redes sociais, e pelas divisões e retórica da política populista.
O Presidente Emmanuel Macron convocou eleições antecipadas depois de o seu partido ter sido derrotado pela UN nas eleições europeias. O partido de Le Pen lidera as sondagens, seguindo-se a coligação de esquerda Nova Frente Popular. A votação realiza-se em duas voltas, a 30 de Junho e 7 de Julho.