O concurso nacional de acesso ao ensino superior deste ano ficou concluído com a colocação de 1648 estudantes na 3.ª fase de ingresso, cujos resultados são divulgados esta segunda-feira. Este número faz elevar para 50.612 o total de alunos que entram nas universidades e politécnicos públicos neste ano lectivo. É um número semelhante ao registado no ano passado, quando as instituições de ensino superior receberam 49.996 estudantes.
De acordo com informação da Direcção-Geral do Ensino Superior, divulgada pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), dos 1648 estudantes colocados na 3.ª fase do concurso nacional de acesso, 1034 ainda não tinham lugar nas instituições de ensino públicas, isto é, não tinham qualquer matrícula anterior na sequência de uma colocação no concurso nacional de acesso de 2024. Os restantes tinham sido colocados em fases anteriores, mas optaram por mudar de curso.
Entre estes novos colocados, 458 entraram em universidades e 576 em institutos politécnicos. Correspondem a cerca de 22% das 4597 candidaturas consideradas válidas nesta fase (foram excluídos do concurso 55 candidatos por não reunirem condições para o mesmo).
Estes números consolidam a excepcionalidade dos últimos quatro anos de ingresso às universidades e politécnicos, com números totais de colocados sempre à volta dos 50 mil estudantes, em boa medida fruto da alteração, aprovada no primeiro ano da pandemia de covid-19 e mantida nos anos seguintes, das regras de conclusão do ensino secundário.
O ano lectivo anterior foi o último em que os jovens não tiveram de realizar exames nacionais para conclusão do ensino obrigatório, respondendo apenas às provas específicas para ingresso no ensino superior. Está em curso a aplicação gradual de um novo modelo de exames, assim como novas regras de acesso.
Este ano, além dos do 10.º ano (mas que não realizam exames), os alunos do 11.º e do 12.º anos já estão abrangidos pelo modelo que define que é necessário realizar três exames nacionais para concluir o secundário: Português no 12.º ano, que passou a ser obrigatório para todos os alunos dos quatro cursos científico-humanísticos (Ciências, Economia, Humanidades e Artes Visuais), e mais dois exames à escolha. Um deles terá de ser da componente específica ou Filosofia.
Além disso, as provas voltam a contar para a classificação final – e não apenas como prova de ingresso. Para os alunos do 12.º que realizem este ano exames, estas provas ainda terão um peso de 30% na nota final da disciplina. No caso dos do 11.º ano, já passa a contar 25%, segundo o definido no novo modelo de exames.
Mais de 92% das vagas ocupadas
Com a colocação de cerca de 50.600 estudantes nas três fases de ingresso, foram ocupadas 92,6% das vagas a concurso neste ano lectivo. A maioria dos estudantes encontrou lugar em cursos do sistema universitário (30.279, ocupando 97,4% das vagas existentes). No ensino politécnico, foram colocados 20.333 alunos. Este número corresponde a uma taxa de ocupação de 86,2% dos lugares inicialmente fixados.
Em termos de ocupação por instituição de ensino superior, a Universidade Nova de Lisboa, a Escola Superior de Enfermagem do Porto e a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril chegaram ao final do concurso sem vagas restantes, registando uma ocupação superior a 100%. A Nova, por exemplo, admitiu 2826 estudantes — 2799 matriculados após a 2.ª fase e 27 novos colocados na 3.ª fase — entre as 2823 vagas iniciais.
Com uma ocupação superior a 90% estão as universidades do Algarve (97,1%), de Aveiro (97,7%), da Beira Interior (91,1%), de Coimbra (98,1%), do Minho (99,5%), do Porto (98,9%), de Trás-os-Montes e Alto Douro (92%), da Madeira (92,7%) e de Lisboa (99%). E ainda os institutos politécnicos do Cávado e do Ave (98,7%), de Coimbra (93,8%), de Leiria (95,1%), de Lisboa (96%) e do Porto (99%), assim como o Iscte – Instituto Universitário de Lisboa (99,7%), as escolas superiores de enfermagem de Coimbra (94,5%) e de Lisboa (99,6%).
Cinco ocuparam menos de 70% dos lugares disponíveis: Instituto Politécnico de Beja (66,6%), Instituto Politécnico de Bragança (55%) e Instituto Politécnico de Tomar (62,2%).
Para a 3.ª fase, as instituições de ensino superior decidiram colocar a concurso 3030 vagas, às quais acresceram 612 vagas libertadas por candidatos colocados e matriculados em fase anterior que foram agora colocados na 3.ª fase, bem como uma vaga adicional criada por desempates e nove vagas adicionais criadas para candidatos sem classificação final, detalha o MECI. Das vagas colocadas a concurso na 3.ª fase sobraram 2004 lugares, que as instituições de ensino superior podem utilizar para reforçar lugares já fixados nos concursos especiais de acesso em curso.
Os estudantes agora colocados têm de fazer a matrícula na instituição de ensino superior nos próximos dias — o período fixado começa já esta segunda-feira e termina na quarta, dia 2 de Outubro.