Morreu no passado sábado o futebolista norueguês Pal Enger, conhecido pelo roubo da obra “O Grito”, de Edvard Munch, em 1994. Tinha 57 anos.
A notícia foi avançada esta terça-feira pela Associated Press, após confirmação do Valerenga Fotball, clube da cidade de Oslo em que Enger se formou. Não foram adiantados detalhes sobre a causa da morte.
Pal Enger foi preso pela primeira vez aos 19 anos, antes de dar início a uma longa série de roubos de obras de arte e joalharias.
A 12 de Fevereiro de 1994, o primeiro dia dos Jogos Olímpicos de Inverno em Lillehammer, na Noruega, o atleta conseguiu, em 50 segundos, roubar “O Grito” do Museu Nacional, em Oslo.
Nas imagens gravadas pelo sistema de videovigilância do museu, é possível ver duas pessoas encostar uma escada a uma janela, subi-la, partir o vidro e entrar no edifício. À saída, traziam consigo um dos quadros mais famosos do mundo, avaliado em mais de 50 milhões de euros: “O Grito”, de Edvard Munch. Para trás deixaram um bilhete: “Obrigado pela fraca segurança.”
A obra foi recuperada intacta, depois de Enger ser detido e confessar o crime. O antigo jogador da primeira liga de futebol norueguesa rapidamente se tornou uma figura mediática, que os órgãos de comunicação social acompanhariam nos anos seguintes.
Em 2007, enquanto cumpria novamente pena de prisão, começou também a pintar. Chegou a expor as suas próprias obras numa galeria norueguesa em 2011, mas não deixou de roubar.
Mais recentemente, em 2015, foi acusado de roubar um total de 17 telas de uma galeria na capital norueguesa. Foi detido depois de a polícia encontrar a sua carteira e documentos de identificação no local do crime.
“Há muita gente que se pergunta sobre quão bom futebolista Pal Enger poderia ter sido se se tivesse dedicado à carreira”, afirma Svein Graff, director do Valerenga Fotball, acrescentando que Enger dizia que não era o melhor jogador, mas era o melhor criminoso, por isso seguiu essa vocação.
Citado pelo jornal norueguês Jornal diário, o antigo advogado do futebolista, Nils Christian Nordhus, descreveu Enger como um ladrão “cavalheiro” e de que “muitos sentirão falta” no país.