O Sporting bateu (0-3), esta sexta-feira, o Estoril e manteve intocável, no pedestal da Liga, o estatuto de líder inabalável, superando, com a oitava vitória consecutiva — sétima no pleno do campeonato —, o melhor arranque do século dos “leões”.
Um feito acompanhado de outra proeza: o “leão” continua sem sofrer golos há seis encontros (cinco para a Liga), antes de regressar aos compromissos europeus para visitar o PSV Eindhoven, na Champions.
Rúben Amorim manteve o trio de centrais (quando se esperava o regresso de Gonçalo Inácio), fomentando a estreia a titular de Maxi Araújo, em coabitação com Nuno Santos, devolvendo ainda Morita ao “onze”, enquanto Quenda e Conrad Harder se sentavam no banco de suplentes.
O treinador do Sporting encontrou em Geny Catamo (na direita) e Nuno Santos (à esquerda) o compromisso defensivo/ofensivo para lidar com o 4x3x3 “canarinho”, alargando a frente de ataque na fase de construção, com Maxi Araújo e Francisco Trincão a explorarem as diagonais interiores.
Tudo, num 3x2x4x1 que se reagrupava quando o Estoril tinha a iniciativa, chamando os alas a formarem uma linha de cinco na defesa, o que, juntamente com algum retraimento natural do Estoril, determinou uma entrada impositiva do “leão”.
Com as cartas na mesa, o Sporting foi aperfeiçoando a arte de aproximação à baliza contrária, tendo apenas numa desconcentração sido chamado de emergência à área de Israel para evitar que Fabrício desse vantagem à formação da casa.
A partir daí, já depois de um lance de bola na mão de Boma em zona proibida, o Sporting encontrou o caminho do golo numa insistência de Geny Catamo.
O lance começou na direita, com o ala moçambicano a vencer a oposição de Wagner Pina (assumiu o corredor esquerdo por troca com Pedro Amaral) e a iniciar um momento de ataque que voltou à direita, após remate de Nuno Santos e assistência de Matheus Reis, para Geny finalizar com um remate rasteiro e colocado.
Aos 24 minutos, o Sporting garantia uma vantagem que Morita alargaria sete minutos depois, estreando-se a marcar em 2024-25, ao concluir na área um cruzamento atrasado de Trincão.
“Canarinhos” mais afinados
Do descanso regressaria um Estoril empenhado em reduzir a diferença e relançar o jogo, aproveitando o facto de a mente do “leão” ter começado a viajar um pouco na direcção do compromisso da Liga dos Campeões.
Begraoui e Alejandro Marqués mostravam-se a Franco Israel, o que poderá ter acelerado a intervenção de Amorim, com três substituições antes de atingir a primeira hora de jogo. O técnico poupava Hjulmand (troca com Daniel Bragança) e dava minutos a Gonçalo Inácio e Conrad Harder.
Raiz em branco
A novidade da noite foi o facto de Gyökeres ter interrompido a série de nove jogos consecutivos a marcar, sete pelo Sporting e dois pela selecção da Suécia. O avançado foi vigiado de perto por Boma, mas mesmo não tendo facturado, ainda conseguiu abrir espaços para os companheiros, tendo ficado um pormenor no passe em que Trincão atirou ao poste.
Amorim poupou o sueco, que saiu a 15 minutos do final, numa fase em que o Sporting estava mais interessado em manter a organização para evitar que o Estoril acreditasse num desfecho diferente.
Até final, com o jogo a perder motivos de interesse, lugar a nova mudança ditada pela necessidade de gerir a equipa para o ciclo de jogos.
Rúben Amorim colocou Eduardo Quaresma em campo, rendendo Zeno Debast, o que também permitia que o Estoril sentisse um chamamento a que acabou por não saber responder.
E sem que nada o fizesse esperar, o Sporting fechou o encontro com um golo de Daniel Bragança mesmo no último minuto do tempo regulamentar, dando outra expressão ao resultado.